Direcional Condomínios e Alsa Fort reúnem síndicos em palestra sobre violência doméstica e assédio moral

Evento Dia Internacional da Mulher na sede da Alsa Fort

Evento reuniu síndicos no rooftop da sede da Alsa Fort

A Direcional Condomínios em parceria com o Grupo Alsa Fort reuniu síndicos para uma manhã regada a palestras, troca de experiências e networking. O evento aconteceu no charmoso rooftop da sede da empresa de segurança e facilities, no Pacaembu, zona oeste, e contou com a presença de gestores de alta performance como Alethea Meira e Nilton Savieto, entre os convidados.

O ponto alto do encontro, ocorrido em 8 de março, por ocasião do Dia Internacional da Mulher, foi a Palestra sobre Violência Doméstica e Assédio Moral com as advogadas condominialistas Vera Rogato e Daniela Bibiano, as quais, posteriormente, esclareceram dúvidas dos síndicos acerca de casos – alguns, bastante peculiares – vivenciados em seus condomínios.

Advogadas Vera Rogato e Daniela Bibiano
As advogadas condominialistas Vera Rogato (à esq.) e Daniela Bibiano palestraram na ocasião

Daniela foi a primeira a palestrar e manteve a plateia atenta ao fazer um breve relato de Maria da Penha Maia Fernandes, cearense, mestre em Farmácia pela USP, que ficou tetraplégica em 1983 após seu então marido atentar contra sua vida, dando-lhe em tiro nas costas enquanto ela dormia. O agressor simulou que tudo não passara de um assalto e, após o difícil período de internação da esposa, ainda tentou eletrocutá-la no banho.  

A Lei 11.340/2006, conhecida como Lei Maria da Penha, leva o nome da ativista que tanto lutou pela condenação de seu agressor e pai de suas três filhas. Essa lei não apenas contempla violência física, mas também as violências psicológica, sexual, patrimonial e moral, como explanou Daniela em sua apresentação. A advogada também enfatizou que a violência doméstica não escolhe classe social, citando como exemplo a própria Maria da Penha, nascida e criada numa família de bom poder aquisito, e dotada de excelente nível educacional e financeiro à época da tragédia.

Ainda sobre violência doméstica, Daniela acrescentou a necessidade de os condomínios seguirem a Lei 17.406/21, no que dispõe o Artigo1º:

  • Os condomínios residenciais e comerciais localizados no Estado, por meio de seu síndico e/ou administradores devidamente constituídos, deverão encaminhar comunicação à Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher da Polícia Civil ou ao órgão de segurança pública, especializado, quando houver, em suas unidades condominiais ou nas áreas comuns, a ocorrência ou indícios de episódios de violência doméstica e familiar contra mulheres, crianças, adolescentes ou idosos.

Já a advogada Vera Rogato, que é síndica profissional e conciliadora pela Escola Paulista da Magistratura, abordou as formas de assédio moral e suas consequências no ambiente dos condomínios. Ela pontuou que o papel da liderança é conhecer os fatos, tomando ciência dos dois lados de um conflito. “Um bom líder precisa investigar a denúncia feita e observar quem está denunciando e precisa buscar provas do assédio”, disse Vera, acrescentando que para se configurar assédio moral é necessário que haja uma certa constância do mesmo.

Vera salientou ainda que o síndico não deve ficar inerte, sob pena de ser acusado de omissão. “O respeito é o que norteia todas as boas relações. E todos os líderes necessitam ter conhecimento do quanto todos os seus subordinados merecem e precisam ser respeitados. Uma vez o síndico conhecendo que há esse tipo de assédio, caso não tome providências, poderá vir a ser condenado por conta de sua omissão”, declarou a síndica e advogada.

O papel crucial dos líderes no combate a essas questões sensíveis contou também com interseções de Marina Sala, CEO da Alsa Fort, que compartilhou os procedimentos que a empresa adota para lidar com excelência nesse desafio diário. A empresária, ao final do evento, em conversa com a Direcional Condomínios, disse que existem dores muito parecidas entre síndicos e empresas terceirizadas. “Nós também lidamos com pessoas, muitas delas trabalhando em condomínios. Temos de ter cuidado com denúncias de assédio moral; nada melhor do que uma boa conversa com os envolvidos para apurar a verdade”.

Leandro Fernandes e Sônia Inakake, da Direcional Condomínios, e Marina Sala, CEO da Alsa Fort
Leandro Fernandes e Sônia Inakake, da Direcional Condomínios, e Marina Sala, CEO da Alsa Fort

Sobre o evento do Dia Internacional da Mulher, a CEO da Alsa Fort comentou ter atendido suas expectativas e citou um momento marcante: “Fiquei impactada com a história da Maria da Penha, uma sobrevivente, hoje com 79 anos”.

Já a síndica orgânica e advogada Katia de Moraes Nunes, da zona oeste, comentou que “em poucas horas, o evento trouxe muito conhecimento, juntamente com as experiências vivenciadas pelos convidados, síndicos tão bem-sucedidos”, e acrescentou: “Ouvi episódios narrados que eu nem imaginava que pudessem ocorrer nos condomínios. Foi um encontro muito positivo”, resumiu.

Por sua vez, a síndica profissional Kariny Brecht, de Osasco, declarou: “Estou vivendo um momento conturbado em um condomínio que prega incitação ao ódio. Foi muito bom ter participado do evento. Parece que a palestra foi feita sob encomenda para a minha situação”.

Encontro foi regado a brunch e networking
Encontro foi regado a brunch e networking

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