Promessas de Ano Novo

Você é daquelas pessoas que todo final de ano faz uma lista de promessas que pretende cumprir no ano que vem? 

Você é uma daquelas pessoas que coloca as mesmas metas todos os anos porque não conseguiu cumprir as do ano anterior? 

E quais as principais metas que normalmente as pessoas se propõem a realizar? 

  • Emagrecer;
  • Praticar atividade física;
  • Mudar de emprego;
  • Ser mais atencioso e carinhoso com as pessoas;
  • Fazer terapia;
  • Trabalhar menos e ter mais qualidade de vida.

São tantas as promessas que não caberiam neste texto, mas você, leitor, pode ficar à vontade para adicionar outros itens a essa lista. Mas quantas das promessas você conseguiu ou consegue cumprir? 

Acredito que aqui devamos refletir que talvez a maioria das pessoas não consiga cumprir as promessas pela simples falta de foco e determinação, sem contar a ausência de disciplina. É muito comum entre meus atendimentos observar que o período motivacional de uma pessoa para provocar mudanças é muito curto, e isso se deve ao fato, na minha opinião, de estarem condicionadas aos mesmos comportamentos rotineiros de uma vida.  

Um dos grandes inimigos das pessoas é a ansiedade de querer mudar logo, de que as mudanças devam ser rápidas, como por exemplo, adquirir condicionamento físico em dois meses de academia. Existem pessoas que ao não atingirem seu objetivo rapidamente, simplesmente desistem. E aí eu pergunto: Por que ter pressa? Você precisa entender que tudo na vida é um processo que devemos passar para adquirir aprendizado e, na medida que vamos atingindo nosso objetivo, nos sentimos motivados a dar continuidade àquilo que nos propomos a fazer.  

Vale salientar que é necessário o prazo de 21 dias consecutivos para o cérebro criar um novo hábito. A maioria das pessoas quer soluções em tempo recorde! 

Acredito que aqui cabe adicionar uma outra reflexão: a diferença entre meta e objetivo. 

O objetivo diz respeito ao que você pretende alcançar, enquanto que a meta representa as atividades específicas que te levarão a atingir esse objetivo. 

Para você escrever as promessas que pretende cumprir, vamos pensar do jeito que foi citado acima, ou seja, trace um objetivo, mas reflita sobre as metas que precisará cumprir. 

Por exemplo, para emagrecer, pergunte a si mesmo:  

  • O que estou disposto a mudar na minha rotina alimentar para atingir o objetivo final?
  • Vou abrir mão da zona de conforto do que estou habituado a comer?
  • Farei atividade física? Vale um parêntese: atividade física não significa necessariamente ir a uma academia, mas sim, fazer uma caminhada, andar de bicicleta etc.
  • Vou trabalhar minha mente para manter o foco nas mudanças?

Você leitor, já deve ter lido algo parecido ou falado com alguém sobre isso em algum momento da vida, mas muitas vezes procrastinou acreditando que não teria capacidade de mudar. Por que não? Vale a reflexão. 

É claro que há muito a se falar sobre esse assunto, mas acredito ter mencionado alguns pontos que precisam ser refletidos com mais carinho se você realmente pretende mudar sua vida. 

E no caso da vida de síndico? O síndico, antes de ser alguém que ocupa o cargo de gestor do condomínio, é um ser humano como qualquer pessoa. Tem pensamentos, emoções e sentimentos, como também tem suas virtudes e seus defeitos, suas facilidades e dificuldades em lidar com as situações da vida. 

Além de administrar as questões burocráticas do condomínio, o síndico também lida com as questões dos moradores, como queixas, reclamações e sugestões, ou seja, precisa desenvolver a escuta. Mas nem sempre é fácil, e se o síndico não estiver bem psicologicamente, pode desenvolver problemas de ordem emocional e mental. É aconselhável procurar ajuda profissional para lidar com todas essas situações. Como sempre falo em meus atendimentos, devemos pensar em nós em primeiro lugar, como forma de estarmos bem para enfrentar as situações diárias. 

Porém, voltando às particularidades de dezembro, mês do calendário em que tanta gente, da sindicatura ou não, se vê pensativa, até envolta em vários sentimentos, acerca do que realizou no ano que termina, do que não produziu, do que deixará para o próximo ano, reforço aqui a ideia de se fazer uma reflexão mais realista: o quanto estamos dispostos a fazer em 2024 para que expectativas virem realidade? Feliz Ano Novo!


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Autor

  • Nelson Luiz Raspes

    Psicólogo com formação em Dependência Química pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). É especializado em Capacitação em Dependência Química pela Universidade de Santa Catarina. Atuou durante quinze anos junto ao Centro de Tratamento Bezerra de Menezes.