Você valoriza quem trabalha no seu condomínio?





Alethea Meira é síndica profissional e advogada

Foto Almir Almeida

Ser síndico é muito mais do que administrar as finanças, cumprir as obrigações legais e organizar reuniões. É, acima de tudo, liderar pessoas.

O cargo de síndico não é sobre ter “poder de mando”, mas sim sobre ter responsabilidade e criar um ambiente justo, onde todos se sintam respeitados e motivados a desempenhar suas funções.

Zeladores, porteiros, faxineiros e demais funcionários e colaboradores são essenciais para o bem-estar do condomínio. Quando são reconhecidos, trabalham melhor, sentem-se parte do ambiente e colaboram de maneira mais engajada. Pequenos gestos, como elogios, benefícios e apoio, fazem a diferença.

Você, síndico, presta atenção nos colaboradores e funcionários? E mais: já imaginou como incentivá-los?

Funcionários dedicados devem ter oportunidades de crescimento, e o gestor pode buscar oferecer cursos, treinamentos e incentivos para que esses profissionais se desenvolvam e se sintam valorizados.

É inspirador ver histórias de pessoas que crescem dentro “da empresa Condomínio”, como uma auxiliar de limpeza que chegou à supervisão após frequentar cursos e palestras indicadas pelo síndico. Essa perspectiva traz uma visão muito valiosa sobre a importância de valorizar todos os colaboradores. Afinal, um colaborador motivado e bem treinado é “um investimento na qualidade” do condomínio, ou seja, só traz benefícios a todos.

Além disso, as condições de trabalho também fazem diferença. Vejamos: será que os funcionários do condomínio têm um local adequado para fazer refeições, descansar um pouco e trocar de roupas?

Muitos síndicos sequer questionam sobre isso, pois ainda existem aqueles que possuem um ego inflado e uma postura de se sentirem “servidos”, o que, infelizmente, cria um ambiente de trabalho desmotivador para os funcionários do condomínio – o verdadeiro “chefe”.

Acredito que uma gestão eficaz e humana se baseia no respeito mútuo e no reconhecimento do trabalho de cada um, adotando uma postura de “líder”.

Quando um síndico adota uma postura negativa como essa, alimenta o ego em detrimento do respeito pelos funcionários, e as consequências podem ser bastante prejudiciais para o ambiente como um todo.

Você já observou ou ouviu relatos de como essa dinâmica afeta o dia a dia no condomínio? Como você imagina que os funcionários se sentem em um ambiente assim? Acha que isso pode influenciar a qualidade do trabalho deles?

Síndico, após ler este artigo, pergunte-se:

  • Estou construindo um ambiente de respeito e valorização?
  • Meus funcionários sentem orgulho de trabalhar aqui?
  • O condomínio pode fazer mais para reconhecer quem cuida dele todos os dias?

Pois bem, ser síndico é, além de abraçar a responsabilidade de cuidar de vários lares, estar presente, ouvir, mediar e agir, sempre com o coração voltado para o bem coletivo. É construir pontes entre vizinhos, zelar pelo que é de todos e transformar desafios em soluções.

Servir como síndico não é apenas administrar; é dedicar-se ao equilíbrio, à harmonia e ao respeito dentro de um espaço compartilhado. É também uma verdadeira missão de empatia e compromisso — e, acima de tudo, valorizar os funcionários e colaboradores.

Uma boa gestão não se mede apenas pelas contas equilibradas, mas pelo respeito àqueles que garantem, diariamente, que tudo esteja limpo, bonito, seguro e bem administrado. Respeitá-los e valorizá-los é reconhecer o esforço e a dedicação que colocam em cada detalhe, muitas vezes invisível aos olhos dos moradores.

Quando há respeito, há compromisso. E, quando há valorização, há motivação para oferecer sempre o melhor. Afinal, um condomínio não é feito apenas de paredes e regras, mas de pessoas que o tornam um lar melhor para todos.

“Portaria, segurança e limpeza de qualidade são investimentos
essenciais para a valorização do patrimônio, bem como para garantir
bem-estar, ordem e boa convivência no ambiente condominial.”
(Isaac Júnior Torquato Freire, CEO, Torquato Freire Segurança e Serviços)

“Dificuldades com recrutamento, alta rotatividade e encargos
trabalhistas sobrecarregam os condomínios. A terceirização elimina
essas barreiras, oferecendo equipes treinadas, gestão eficiente e
menos preocupações.”
(Patricia Leite, diretora de atendimento, Tecx Facilities)

Matéria publicada na edição-312-jun/25 da Revista Direcional Condomínios

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