Uma tempestade no mês passado arrancou janelas de edifícios paulistanos e estilhaçou vidraças, dando margem a questionamentos, como este: para evitar rupturas, seria preciso deixar uma fresta aberta? Mito ou verdade?
Mito. A ideia de “deixar o vento passar” para não quebrar o vidro é perigosa. Em fortes ventanias, o ideal é manter todas as esquadrias fechadas e trancadas. O que causa o dano não é apenas o vento de frente, mas também a diferença de pressão que ele gera. O vento cria um vácuo no lado oposto (sucção), que tenta “sugar” a janela para fora. Portanto, trancar é sempre o mais seguro.
Outra especulação: o uso de espuma expansiva na fixação das esquadrias teria causado o desprendimento. Mito ou verdade?
Verdade (com ressalvas). A espuma expansiva não é o método correto nem o único para fixar esquadrias em áreas de alto desempenho (como edifícios altos). Ela pode ser usada em alguns casos para vedação e isolamento térmico/acústico, mas não deve ser o único elemento estrutural de fixação em janelas sujeitas a grande pressão de vento.
A norma técnica ABNT NBR 10821 exige que a fixação de esquadrias externas seja feita por contramarco, chumbadores, parafusos ou grapas, para que resistam às cargas de vento. O desprendimento ocorre quando há falha nesse sistema, e não pelo uso inadequado da espuma como único meio de fixação. As chuvas são um lembrete de que a manutenção predial é obrigatória, não opcional. O síndico, como responsável legal, deve garantir a segurança.
• Janelas e fachadas: O ideal é realizar inspeções periódicas e laudos para verificar o estado de conservação.
• Sacadas e guarda-corpos: Para vidros em sacadas e áreas envidraçadas, as normas ABNT NBR 14718 e 16259, além da NBR 7199, são fundamentais. A manutenção correta e a instalação certificada são cruciais contra acidentes.
Em resumo, a segurança está no planejamento, no cumprimento das normas técnicas e na manutenção preventiva e corretiva constante.
Matéria publicada na edição 316 out/25 da Revista Direcional Condomínios
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