Se há algo com poder de perturbar a paz do síndico orgânico e “derrubar” o síndico profissional é a longa paralisação de um elevador à espera de conserto. Sem o equipamento disponível, a dinâmica do prédio muda totalmente ocasionando queixas e reclamações – mesmo que haja mais de um elevador, este fica sobrecarregado e não pode quebrar de jeito nenhum. A situação, no entanto, pode se agravar ainda mais se não houver comunicação entre a empresa de manutenção e a gestão do condomínio. Antecipando-se a esse cenário caótico, Roberta Zampol percebeu que precisava promover uma mudança drástica no condomínio Amaralina, em Santo André, um prédio de uma torre e dois elevadores que servem a 16 pavimentos.
Síndica profissional, Roberta é moradora do Amaralina e o administra desde 2019. Ela conta que os elevadores foram modernizados há sete anos pela fabricante, a mesma empresa que cuidou dos equipamentos por mais de três décadas, prestando manutenção preventiva, corretiva e fornecimento de peças. Nos últimos quatro anos, porém, os equipamentos começaram a apresentar problemas cada vez mais frequentes e, para piorar, não havia retorno da empresa. “Nas visitas dos técnicos, eu solicitava a troca de peças e nada era feito. Tentava contato com a supervisão, copiava a gerência no e-mail e, mesmo assim, não adiantava. O conselho era um pouco resistente a não renovarmos o contrato com a mesma empresa, mas reconheceu que a falta de comunicação impedia a solução dos problemas”, conta a gestora.

A síndica Roberta Zampol: substituição da empresa de elevadores trouxe tranquilidade à gestão
O condomínio contratou, então, uma consultoria independente, que detectou, entre outras falhas, problemas no sistema de freios, segundo Roberta. Após o laudo técnico, foi a vez de substituir a antiga empresa, o que se deu um ano atrás. Desde então, o condomínio é atendido por uma especialista em transportes verticais multimarcas e a síndica não se arrepende da troca. “Quando abrimos chamados, somos prontamente atendidos. Essa empresa possui um almoxarifado com muitas peças, bastante organizado, e presta atendimento ágil por meio de motos. Já aconteceu de um morador ficar preso no elevador, e o técnico chegou muito rápido. Temos uma população idosa nesse prédio e não podemos correr o risco de um deles precisar ficar uma hora em pé à espera do socorro, porque não aguentam. Com a empresa anterior, essa era uma preocupação recorrente porque o resgate era mais demorado”, destaca a síndica.
“Ao escolher uma empresa de manutenção de elevadores, o síndico deve avaliar, entre outros fatores, se ela conta com estrutura operacional adequada, se possui equipe técnica e logística bem planejada, se tem engenheiros mecânicos e elétricos registrados e se está isenta de débitos fiscais e tributários.”
(Leandro Ferreira, diretor comercial, Grupo OrionLift Elevadores)
“Quando tomamos a decisão técnica de modernizar um elevador, além de otimizar e facilitar a vida das pessoas, o condomínio agrega valor financeiro às unidades no momento da venda do imóvel.”
(Leandro Ferreira, diretor comercial, Grupo OrionLift Elevadores)
Modernização urgente
Ricardo Montu é síndico profissional desde 2020 e se prepara para acompanhar a primeira modernização de elevadores em condomínios de sua carteira. A obra terá início neste mês em um residencial no Tatuapé, zona leste de São Paulo. O prédio, construído em 1996, é composto por uma torre de 26 andares, com elevadores social e de serviço que atendem 104 unidades. “A minha expectativa com a modernização é alta, principalmente porque irá reduzir os chamados de assistência técnica”, comenta o gestor. Ele acrescenta: “Os condôminos terão mais confiança e conforto no uso dos elevadores, além de valorização condominial em um empreendimento de quase 30 anos, que já é conservado e bem localizado.”

O síndico Ricardo Montu: futura modernização dos elevadores trará conforto e valorização ao condomínio
Segundo o síndico, atualmente em seu segundo mandato, a necessidade de modernização dos elevadores não é recente. Contudo, nos últimos tempos, as frequentes paradas trouxeram notório desconforto. “Como os equipamentos estavam com a manutenção em dia, sem riscos à segurança, ruídos ou paradas em desnível, assim que voltavam a funcionar, os condôminos se davam por satisfeitos e resistiam a aprovar um investimento de alto custo. Mas, quando perceberam interrupções cada vez mais constantes, aprovaram a obra”, explica.
“Modernizar um elevador traz vantagens em termos de segurança, desempenho e economia. Componentes modernos reduzem os riscos de falhas, adequam o equipamento às normas vigentes, melhoram a precisão de parada no andar e tornam os equipamentos mais confiáveis, exigindo menos manutenção corretiva.”
(Rogério Meneguello, diretor, Primac Elevadores)
Ricardo relata que algumas peças já haviam saído de linha, exigindo que a fabricante as produzisse sob encomenda, o que poderia levar semanas. “O condomínio chegou a ficar aguardando peça de reposição por 30 dias. Em mais de uma ocasião, enquanto um estava parado, o outro quebrou devido à sobrecarga causada por mudanças, obras e intensificação do uso”, conta. Segundo ele, até mesmo para a empresa de manutenção já não era viável manter os equipamentos sem reformar, pois havia poucos técnicos especializados em tecnologia mais antiga.
Para aprovação da modernização, Ricardo realizou cotações com a fabricante do equipamento e com outras duas empresas do setor, e o condomínio contratou aquela que ofereceu melhores condições em preço e parcelamento. O trabalho, que se inicia neste mês, envolve atualizações mecânicas, elétricas e tecnológicas, retrofit da cabina, substituição das botoeiras externas e troca das portas do térreo e da garagem por modelos em inox. “Teremos melhorias tanto na estética quanto na performance”, comemora o síndico.
“Antes de contratar uma empresa de manutenção, solicite orçamentos de empresas certificadas pelos órgãos competentes e que tenham boa reputação. Assine um contrato com cláusulas claras, especificando a periodicidade, os valores e as responsabilidades. Atente-se à cláusula de cancelamento e desconfie de valores muito baixos.”
(Rogério Meneguello, diretor, Primac Elevadores)
Matéria publicada na edição 135 set/25 da Revista Direcional Condomínios
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