Biometria facial em condomínios impulsiona debate sobre segurança e privacidade

Mulher diante aparelho de biometria facial

AABIC destaca a importância do equilíbrio entre inovação tecnológica, proteção de dados e governança na gestão condominial

O uso da biometria facial em condomínios tem se tornado um tema em pauta no Brasil, especialmente diante do avanço das tecnologias de segurança e das discussões sobre privacidade e proteção de dados. A Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo (AABIC) – entidade que reúne as principais administradoras de condomínios do país, responsáveis por 53% dos condomínios na Grande São Paulo, totalizando 1,1 milhão de unidades e cinco milhões de moradores -, e que oferece cursos e treinamentos constantes aos associados e aos seus colaboradores, acompanha de perto esse movimento e destaca pontos relevantes para síndicos, moradores e administradoras.

De acordo com a AABIC, os sistemas de reconhecimento facial prometem maior agilidade no controle de acesso e redução de riscos associados ao uso de chaves, tags ou senhas, que podem ser facilmente perdidas, copiadas ou compartilhadas. Por outro lado, o tema levanta preocupações quanto à privacidade dos condôminos e ao tratamento dos dados sensíveis, regulamentados pela Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

A entidade ainda reforça que, antes da implementação da tecnologia, é essencial que os condomínios avaliem não apenas os custos e benefícios, mas também os aspectos legais envolvidos. A decisão deve ser tomada em assembleia, com transparência e consulta aos moradores, garantindo que todos estejam cientes das implicações. Além disso, a contratação de fornecedores deve incluir cláusulas claras de segurança da informação, tempo de armazenamento e responsabilidade em caso de vazamento de dados.

“O uso da biometria facial pode, de fato, representar um avanço na gestão condominial, mas precisa ser implementado com responsabilidade. O equilíbrio entre inovação, segurança e respeito à privacidade deve nortear a tomada de decisão”, afirma o presidente da AABIC, Omar Anauate.

Nesse sentido, o uso da biometria facial surge como uma ferramenta complementar dentro de um ecossistema maior de segurança. A tecnologia pode contribuir para inibir invasões e acessos não autorizados, mas deve ser acompanhada de protocolos de governança e políticas claras de uso de dados, garantindo tanto a proteção física dos moradores quanto o respeito à sua privacidade.  “A tecnologia é uma aliada importante, mas jamais pode ser vista como solução única. Um condomínio seguro depende de um conjunto de medidas, que incluem treinamento de funcionários, manutenção de equipamentos e conscientização dos moradores”, ressalta.

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