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Um dos principais especialistas em gestão da água no Estado, o engenheiro Dirceu D’Alkmin Telles está preocupado com a grande demanda de exploração de poços artesianos, iniciada com as baixas dos níveis dos reservatórios que abastecem as áreas urbanas. Ele teme a perfuração clandestina e/ou inadequada de poços, que possam contaminar os aquíferos e até mesmo comprometer a reserva d’água, caso a exploração esteja acima da capacidade de reposição. Confira a seguir.
A rotina do Condomínio New York Club, na Vila Romana, zona Oeste de São Paulo, mudou bastante desde que as reservas d’água do Sistema Cantareira baixaram ao nível do segundo volume morto. O gerente predial Sérgio da Silva Viana afirma que as regas dos jardins foram espaçadas e a lavagem da garagem foi cortada, assim como o serviço de lava-rápido que era disponibilizado aos moradores. Por outro lado, os espelhos d’água decorativos do condomínio-clube agora abrigam as reservas compradas de caminhões-pipa, devidamente tratadas com cloro.
O Departamento de Água e Energia Elétrica do Estado de São Paulo (DAEE) registrou neste ano aumento do número de pedidos para exploração de poços artesianos nas cidades atingidas pela falta d’água. Para o geólogo Everton de Oliveira, secretário executivo da Associação Brasileira de Águas Subterrâneas (ABAS), parte significativa do consumo da população vem hoje dos poços. Na Capital paulista, a proporção atinge a 25% dos domicílios.
As reservas dos mananciais que abastecem São Paulo e a região metropolitana apresentam os piores níveis de sua história. A escassez torna imperativa a economia de água pelos condomínios.
Legalização, qualidade da água e durabilidade são itens que exigem atenção dos síndicos para que os poços artesianos representem uma boa solução aos condomínios.
As outorgas dadas pelo DAEE de São Paulo para exploração de poço artesiano aumentaram quase 10% neste ano. Com o uso desta fonte, condôminos pagam apenas taxa de esgoto.
Em lugar dos transtornos causados pela reforma das instalações hidráulicas, o tratamento físico-químico pode garantir a qualidade da água consumida pelos condomínios que costumam ter problemas com ferrugem. Também pode ser adotado por aqueles que pretendem utilizar poços semiartesianos ou adotar a prática do reuso de água de mina. No primeiro caso, a Acquality, empresa com treze anos de mercado, oferece tratamento químico no combate às incrustações que se formam no interior das instalações hidráulicas em ferro galvanizado e deixam a água com turbidez e coloração ferruginosa.
Abastecer o condomínio com água proveniente de um lençol subterrâneo tem sido uma solução adotada por muitos edifícios. A opção pela perfuração de um poço visa, essencialmente, uma economia na conta de água do condomínio. Segundo a Associação Brasileira de Águas Subterrâneas (ABAS), na região metropolitana de São Paulo, enquanto a Sabesp fornece 67 m3 de água por segundo à população, os poços já representam 6 m3 por segundo, ou quase 10% do que é fornecido pela concessionária. “Grandes consumidores, como shoppings, hospitais, hotéis e condomínios utilizam uma parte de água da Sabesp e uma parte originada do poço. É uma solução altamente viável”, informa Joel Felipe Soares, presidente da ABAS - www.abas.org - entidade formada por empresas do setor, ambientalistas e profissionais interessados na difusão do uso racional da água. “Nossa preocupação é impedir que façam com os lençóis subterrâneos o mesmo que fizeram com os mananciais e rios”, explica.