Duas de minhas pacientes, ambas adultas, me relataram que em suas internações viram crianças na faixa de 6 a 12 anos de idade também internadas. Confesso que fiquei chocado, o que me fez refletir sobre a doença mental desse público ainda tão jovem.
Fiquei imaginando como será a relação familiar dessas crianças com suas figuras parentais; muitas famílias, atualmente, vem apresentando sérios problemas disfuncionais, muitas vezes com excesso de brigas, agressões físicas e verbais, onde os filhos também desenvolvem essa disfuncionalidade familiar, onde muitas vezes provocam em si ideias suicidas, ingestão de medicações, auto mutilações, crises de pânico, compulsões diversas.
O público adolescente que atendo não apresenta uma relação saudável com seus pais; muitos desses pais mal entendem o que acontece com os filhos, e ainda apresentam opiniões de discriminação em relação às doenças emocionais; por incrível que pareça, muitos ainda acreditam ser “frescura” o fato de uma pessoa ter depressão ou ansiedade acentuada.
Matéria publicada na edição - 277 - abr/2022 da Revista Direcional Condomínios
Não reproduza o conteúdo sem autorização do Grupo Direcional. Este site está protegido pela Lei de Direitos Autorais. (Lei 9610 de 19/02/1998), sua reprodução total ou parcial é proibida nos termos da Lei.